Nova Raposo: leilão ocorre nesta 5ª e 4 empresas disputam; como afeta CCRO3 e ECOR3?

O investimento total estimado é de R$ 7,9 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão destinado apenas para a segurança viária

Equipe InfoMoney

28/11/2024 07h58 • Atualizado 1 dia atrás

Foto: Divulgação

O leilão de concessão de 92 quilômetros do projeto Nova Raposo ocorre nesta quinta-feira (28) às 16h (horário de Brasília) na sede da B3.

O objetivo é modernizar a rodovia Raposo Tavares (SP-270) nos trechos urbanos entre a capital e Cotia e o lote inclui três rodovias: SP-280, SP-270, SP-029, além do trecho municipal entre os municípios de Cotia e Embu das Artes, paralelo ao Rodoanel Oeste.

O investimento total estimado é de R$ 7,9 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão destinado apenas para a segurança viária.

Quatro grupos apresentaram propostas para a concessão: as empresas são CCR (CCRO3), Ecorodovias (ECOR3), EPR (Equipav e Perfin) e Via Appia (de estibordo). O grupo que oferecer a maior taxa de concessão vencerá, com o lance mínimo de R$ 4,6 milhões. Nova Raposo inclui trechos da atual concessionária ViaOeste da CCR.

O lote Nova Raposo é considerado mais complexo do que o lote Rota Sorocabana, pois inclui obras que exigem desapropriação perto da entrada de São Paulo.

A XP destaca que o leilão do projeto tem potencial para ser competitivo, pois tem: (i) um perfil bem conhecido, (ii) riscos limitados de demanda e (iii) potencial para retornos atrativos (TIR, Taxa Interna de Retorno, real não alavancada de 9,41%). Por outro lado, observa um perfil de investimento concentrado e relativamente complexo (cerca de 80% até o ano 7) que pode pressionar a alavancagem durante o ciclo de investimento mais pesado.

“A participação de quatro grupos no leilão da Nova Raposo indica que haverá um bom nível de competitividade no leilão. Apesar do projeto envolver intervenções urbanas e desapropriações, o risco de tráfego é conhecido e a modelagem optou pelo compartilhamento de alguns riscos críticos, o que gera a atratividade do projeto. O bom nível de competitividade é reflexo do aquecimento desse mercado, que vem se desenvolvendo bastante nos últimos meses”, avalia Fernando Vernalha, advogado e sócio do escritório Vernalha Pereira.

Segundo ele, diversamente do que ocorreu nos anos anteriores, em que os leilões de concessões de rodovias vinham apresentando baixa competitividade, as últimas licitações, tanto do programa federal como do Estado de São Paulo, têm performado bem, com a presença não penas dos operadores tradicionais do setor, mas de novos players. “A perspectiva de se ter nos próximos meses um volume grande de novas concessões, especialmente no âmbito federal, tem despertado o interesse de investidores e atraído novos players para o setor de concessões rodoviárias”, avalia.

Olhando para as empresas de capital aberto, o Bradesco BBI aponta que a CCR poderia ter sinergias entre Nova Raposo e a Rota Sorocabana, que foi arrematada em 30 de outubro, pela qual a CCR licitou R$ 1,45 bilhão. No entanto, observa que a Ecorodovias foi a segunda maior licitante para a Rota Sorocabana e pode ter interesse em prosseguir com Nova Raposo em 28 de novembro.

“Esperamos que ambas as empresas priorizem os retornos no leilão, dado o longo pipeline de projetos de rodovias pedagiadas pela frente, incluindo o Lote 3 das rodovias estaduais do Paraná, a Rota Verde (BR-060/452/GO) e o Lote 6 das rodovias do Paraná, todos em dezembro”, avalia o banco.

Na visão do Bank of America, o impacto potencial seria neutro para CCR e Ecorodovias. A criação de Valor Presente Líquido (VPL) de um eventual lance vencedor dependerá do desconto oferecido e de eventuais eficiências em relação aos números do governo.

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