Linhas 11, 12 e 13 da CPTM devem ir a leilão em março de 2025
Publicado em 25 de outubro de 2024
Governo reduziu prazo de concessão para 25 anos, repassará frota mais nova para os ramais e tornou a fase de transição flexível, em até 24 meses
Operação da Linha 12-Safira (Jean Carlos)
A concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, o chamado lote do “Alto Tietê”, deverá ir a leilão em março de 2025, segundo o governo do estado.
Nesta quinta-feira, 24, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou a modelagem do contrato e autorizou a publicação do edital, que deve ocorrer no início de novembro.
O projeto de concessão recebeu mudanças importantes após a consulta e audiências públicas além de sondagens de mercado, da qual participaram potenciais interessadas.
Entre elas estão a Acciona, CCR, TIC Trens, CRRC, Siemens, Alstom e Andrade Gutierrez, sem falar em bancos e fundos de investimentos como o Bradesco, Itaú BBA, Patria e BTG Pactual.
Após esse processo, o governo decidiu reduzir o prazo de concessão de 30 para 25 anos, mas ampliou o volume de investimentos, que agora devem chegar a R$ 13,3 bilhões.
A razão é “redução do risco operacional relacionado a tempo de vida dos trens (manutenção da premissa de não aquisição de material rodante)”.
Veja o mapa oficial das linhas metroferroviárias de São Paulo.
A CPTM deverá repassar seus trens mais novos para a futura concessionária, entre eles as séries 2500 e 8500, além de outras composições um pouco mais antigas como a Série 9000.
Ficou estabelecido, contudo, que 15 trens da Série 7000 serão emprestados durante o início de outra concessão, a das linhas 10-Turquesa e 14-Ônix, que ainda está sendo modelada.
Haverá também uma uma maior “granularização” de pagamentos, com intuito de reduzido o gap entre investimento e pagamentos. A concessionária poderá receber antes caso antecipe obras.
Fase de transição flexível
Outra sugestão aceita pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) é tornar a fase de transição mais longa, com até 24 meses, mas que terá um caráter flexível.
Ou seja, ela poderá ser encerrada antes caso a concessionária consiga proporcionar um serviço de qualidade.
Dos R$ 13,3 bilhões previstos, R$ 5 bilhões serão usados na Linha 11-Coral em seu trecho atual além de R$ 605 milhões para levá-la até Cézar de Souza.
A Linha 12-Safira receberá cerca de R$ 3,1 bilhões para modernização e expansão até Suzano enquanto a Linha 13-Jade, que terá a maior expansão, receberá R$ 2,5 bilhões.
As obras civis das estações representam o maior investimento da concessão, com 22% dos recursos, seguida pelo sistema de sinalização, com 19%.
Intervalos cairão até 50% a partir do 8º ano de concessão
Os investimentos pretendem reduzir o intervalo entre os trens nos três ramais e cairão até 50% no caso do Expresso Aeroporto.
Neste caso, o tempo de espera será de 30 minutos no horário de vale (fora do pico), mas continuará com 1 hora fora disso.
O serviço comum que mais será aprimorado nesse sentido será a Linha 12-Safira tanto entre Brás e Itaquaquecetuba, que verá o intervalo cair de 300 para 195 segundos (35% menor), quanto entre Itaquaquecetuba e Suzano, que cairá de 10 (até Calmon Viana hoje) para 6,5 minutos.
A Linha 11, por sua vez, terá um intervalo de 3 minutos no trecho entre Barra Funda e Suzano contra 3,5 minutos hoje entre Luz e Guaianases. O trecho entre Suzano e Cézar do Souza terá intervalos de 6 minutos – atualmente os trens circulam a cada 7 minutos entre Guaianases e Estudantes.